Lógica Matemática
Noções de Lógica Matemática [2]
TAUTOLOGIA E CONTRA -TAUTOLOGIA
· TAUTOLOGIA ou FÓRMULA LOGICAMENTE VÁLIDA : Fórmula que possui apenas valor V em sua tabela verdade. Exemplo : p Ú~ p
p | ~ p | p Ú ~ p | |
1 | V | F | V |
2 | F | V | V |
· CONTRA-TAUTOLOGIA ou FÓRMULA LOGICAMENTE FALSA: Fórmula que possui apenas valor F em sua tabela verdade. Exemplo : p Ù ~ p
p | ~ p | p Ù ~ p | |
1 | V | F | F |
2 | F | V | F |
· CONTINGENTE ou INDETERMINADA: Fórmula que possui valores V e F em sua tabela verdade.
Exemplo : p ® q
p | q | p ® q | |
1 | V | V | |
2 | V | F | |
3 | F | V | |
4 | F | F |
· REGRAS DE INFERÊNCIA.: A fórmula a implica tautologicamente a fórmula b e indicamos a Þ bse e somente se a fórmula a®bé uma tautologia .
Regras | Fórmulas Atômicas | Fórmulas Compostas | |
Modus Ponens | MP | p Ù (p ® q) Þ q | A, A® B / B |
Modus Tollens | MT | ~ q Ù ( p ® q ) Þ ~ p | ~ B, A® B / ~ A |
Silogismo Hipotético | SH | (p® q) Ù ( q ® r) Þ (p ® r) | A ® B, B ® C / A ® C |
Silogismo Disjuntivo | SD | (p Ú q) Ù ~ p Þ q | ~ A, A Ú B / B |
Simplificação | SM | p Ù q Þ p | A Ù B / A |
Adição | AD | p Þ p Ú q | A / A Ú B |
Eliminação | EL | (p ® (q Ú r) ) Ù~ q Þ p ®r | ~ B , (A ® (BÚ C) / A ® C |
Prova por Casos | CS | (p ® r) Ù ( q ® r) Þ (p Ú q) ® r | A ® C, B ® C / (A Ú B ) ® C |
· EQUIVALÊNCIAS TAUTOLÓGICAS : As fórmulas a e b são tautologicamente equivalentes e indicamos aÛbse e somente se a fórmula a«bé uma tautologia
Comutativa | p Ù q Û q Ù p | p Ú q Û q Ú p |
Associativa | (p Ù q)Ù r Û p Ù (q Ù r) | (p Ú q)Ú r Û pÚ (qÚ r) |
Idempotente | p Ù p Û p | p Ú p Û p |
Propriedades de V | p Ù V Û p | p Ú V Û V |
Propriedades de F | p Ù F Û F | p Ú F Û p |
Absorção | p Ù ( p Ú r ) Û p | p Ú (p Ù r) Û p |
Distributivas | p Ù (q Ú r) Û (p Ù q ) Ú (p Ù r) | p Ú (q Ù r) Û (p Ú q ) Ù (p Ú r) |
Distributivas | p ® (q Ù r) Û (p® q) Ù (p ® r) | p ® (q Ú r) Û (p® q) Ú (p ® r) |
Leis de De Morgan | ~ (p Ù q) Û~ p Ú ~ q | ~ (p Ú q) Û~ p Ù ~ q |
Def. implicação | p ® q Û ~p Ú q | p ® q Û ~ ( p Ù~ q) |
Def. bicondicional | p « q Û (p ® q) Ù ( q ® p) | p « q Û (~p Ú q) Ù (~q Úp) |
Negação | ~ (~ p) Û p | |
Contraposição | p ® q Û ~ q ®~ p | |
Exportação(Þ ) | Importação (Ü ) | (p Ù q) ® r Û p ® ( q ® r ) |
Troca de Premissas | p ® (q ® r ) Û q ® ( p ®r ) |
Exemplo : Dadas as fórmulas A: p ® (q Ù r) e B : ~(q Ù r ) ®~ p vamos verificar que A Þ B ou ainda que A / B. Basta verificar, com o uso das tabelas verdade, que A ® B é tautologia.
p q r ( p ® (q Ù r)) ®(~ (q Ù r ) ® ~ p)
V | V | V | V | V | V |
V | V | F | F | V | F |
V | F | V | F | V | F |
V | F | F | F | V | F |
F | V | V | V | V | V |
F | V | F | V | V | V |
F | F | V | V | V | V |
F | F | F | V | V | V |
Neste exemplo, A Û B pois A « B é tautologia.
As TAUTOLOGIAS são infinitas e desempenham um importante papel nos processos de dedução no Cálculo Proposicional como veremos em próximos tópicos.
FORMAS NORMAIS CONJUNTIVA E DISJUNTIVA
Algumas EQUIVALÊNCIAS TAUTOLÓGICAS dadas acima nos permitem transformar qualquer fórmula em uma fórmula logicamente equivalente, que não contenha os conectivos ®e « , transformando-a em uma FORMA NORMAL CONJUNTIVA (FNC) ou em uma FORMA NORMAL DISJUNTIVA (FND)como segue:
1. substitui-se fórmulas: A® B por ~A Ú B e A « B por (~ A Ú B) Ù (~ B Ú A)
2. elimina-se a negação que precede os parênteses substituindo-se:
~(A Ù B) por ~A Ú~ B e ~(AÚ B) por ~A Ù~ B .
3. eliminam-se as negações múltiplas substituindo ~(~ A) por A.
4. elimina-se o alcance dos conectivos substituindo
para obter a FNC : A Ú (B Ù C) por (A Ú B) Ù (A Ú C)
para obter a FND : A Ù (B Ú C) por (A Ù B) Ú (A Ù C)
Deste modo, uma fórmula está em FORMA NORMAL CONJUNTIVA: FNC ou em FORMA NORMAL DISJUNTIVA: FND se, e somente se:
1. No máximo contém os conectivos~, Ù , Ú.
2. A negação ~ não tem alcance sobre os conectivos Ù e Ú .
3. Não aparecem negações sucessivas.
4. O conectivo Ú não tem alcance sobre Ù na FNC e, o conectivo Ù não tem alcance sobre Ú na FND.
Exemplos: FNC : (~ p Ú q) Ù (r Ú s Ú p)
FND : p Ú (q Ù r) Ú (~ s Ù p)
Exemplo: Determine uma FND e uma FNC equivalente à fórmula
((p Ú q) Ù~ q) ® ( r Ù q) .
1. | ((p Ú q) Ù ~ q) ® ( r Ù q) | Fórmula dada |
2. | ~ ((p Ú q) Ù~ q) Ú ( r Ù q) | 1. Def. de Implicação |
3. | (~ (p Ú q) Ú~~ q) Ú (r Ù q) | 2. De Morgan |
4. | (~ p Ù ~ q) Ú q Ú (r Ù q ) | 3. Negação e De Morgan |
5. | (~ p Ù ~ q) Ú q Ú (r Ù q ) | 4.FND |
6. | ((~ p Ú q) Ù (~ q Ú q)) Ú (r Ù q) | 5. Distributiva |
7. | ((~ p Ú q) Ù V) Ú (r Ù q) | 6. Tautologia |
8. | (~ p Ú q) Ú ( r Ù q) | 7. Propriedade de V |
9. | (~ p Ú q Ú r) Ù (~ p Ú q Ú q) | 8. Distributiva |
10. | (~ p Ú q Ú r) Ù (~ p Ú q ) | 9. Idempotente e FNC |
Como já observamos podemos construir a tabela verdade de uma fórmula conhecidos os valores verdade das fórmulas que a compõem. O problema recíproco se coloca : para toda tabela verdade, existe uma fórmula que a determina? Este problema é conhecido como PROBLEMA DE POST (Emil Leon Post 1888-1995) e pode ser resolvido obtendo-se uma FNC ou uma FND que satisfaça a tabela verdade dada.
· Para se obter uma FND:
1. Observamos todas as linhas da tabela que possuem V na última coluna;
2. Construimos para cada uma destas linhas as conjunções correspondentes;
3. Fazemos a disjunção destas conjunções obtendo uma fórmula em FND que satisfaz a tabela verdade.
Exemplo: Determine uma fórmula que satisfaça a tabela verdade abaixo:
p q ?
V | V | V | (p Ù q) |
V | F | F | |
F | V | F | |
F | F | V | (~ p Ù ~ q) |
Resposta: Fórmula obtida (p Ù q) Ú (~ p Ù~ q) FND
· Para se obter uma FNC:
1. Observamos todas as linhas da tabela que possuem F na última coluna;
2. Construimos para cada uma destas linhas as disjunções correspondentes;
3. Fazemos a conjunção destas disjunções obtendo uma fórmula em FNC que satisfaz a tabela verdade.
Exemplo: Determine uma fórmula que satisfaça a tabela verdade abaixo:
p q ?
V | V | V | |
V | F | F | ~ p Ú q |
F | V | F | p Ú ~ q |
F | F | V |
Resposta: Fórmula obtida (~ p Ú q) Ù (p Ú ~ q) FNC
As FND e FNC obtidas como acima são completas ou seja, em cada disjuncto (FND) ou em cada conjuncto (FNC) todas as variáveis proposicionais estão presentes.
Fonte: CELINA ABAR > http://www.pucsp.br
Noções de Lógica Matemática [1]
CÁLCULO PROPOSICIONAL
Como primeira e indispensável parte da Lógica Matemática temos o CÁLCULO PROPOSICIONAL ou CÁLCULO SENTENCIAL ou ainda CÁLCULO DAS SENTENÇAS.
PROPOSIÇÃO: sentenças declarativas afirmativas (expressão de uma linguagem) da qual tenha sentido afirmar que seja verdadeira ou que seja falsa.
· A lua é quadrada.
· A neve é branca.
· Matemática é uma ciência.
Não serão objeto de estudo as sentenças interrogativas ou exclamativas.
OS SÍMBOLOS DA LINGUAGEM DO CÁLCULO PROPOSICIONAL
· VARIÁVEIS PROPOSICIONAIS: letras latinas minúsculas p,q,r,s,…. para indicar as proposições (fórmulas atômicas) .
Exemplos:
A lua é quadrada : p
A neve é branca : q
· CONECTIVOS LÓGICOS: As fórmulas atômicas podem ser combinadas entre si e, para representar tais combinações usaremos os conectivos lógicos :
Ù : e , Ú: ou, ®: se…então, «: se e somente se , ~: não
Exemplos:
·A lua é quadrada e a neve é branca. : p Ù q (p e q são chamados conjunctos)
· A lua é quadrada ou a neve é branca. : p Ú q ( p e q são chamados disjunctos)
· Se a lua é quadrada então a neve é branca. : p ® q ( p é o antecedente e q o conseqüente)
· A lua é quadrada se e somente se a neve é branca. : p « q
· A lua não é quadrada. : ~p
· SÍMBOLOS AUXILIARES : ( ) , parênteses que servem para denotar o “alcance” dos conectivos;
Exemplos:
· Se a lua é quadrada e a neve é branca então a lua não é quadrada. :
((p Ù q) ® ~ p)
· A lua não é quadrada se e somente se a neve é branca. :
((~ p) «q))
· DEFINIÇÃO DE FÓRMULA :
é uma fórmula.
Com o mesmo conectivo adotaremos a convenção pela direita.
Exemplo: a fórmula p Ú q Ù ~ r ® p ® ~ q deve ser entendida como
(((p Ú q) Ù (~ r)) ® ( p ® (~ q)))
A lógica clássica é governada por três princípios (entre outros) que podem ser formulados como segue:
· Princípio da Identidade: Todo objeto é idêntico a si mesmo.
· Princípio da Contradição: Dadas duas proposições contraditórias (uma é negação da outra), uma delas é falsa.
· Princípio do Terceiro Excluído: Dadas duas proposições contraditórias, uma delas é verdadeira.
Com base nesses princípios as proposições simples são ou verdadeiras ou falsas – sendo mutuamente exclusivos os dois casos; daí dizer que a lógica clássica é bivalente.
Para determinar o valor (verdade ou falsidade) das proposições compostas (moleculares), conhecidos os valores das proposições simples (atômicas) que as compõem usaremos tabelas-verdade :
1.Tabela verdade da “negação” : ~p é verdadeira (falsa) se e somente se p é falsa (verdadeira).
p | ~p |
V | F |
F | V |
2. Tabela verdade da “conjunção” : a conjunção é verdadeira se e somente os conjunctos são verdadeiros.
3. Tabela verdade da “disjunção” : a disjunção é falsa se, e somente, os disjunctos são falsos.
4. Tabela verdade da “implicação”: a implicação é falsa se, e somente se, o antecedente é verdadeiro e o conseqüente é falso.
5. Tabela verdade da “bi-implicação”: a bi-implicação é verdadeira se, e somente se seus componentes são ou ambos verdadeiros ou ambos falsos
Exemplo: Construir a tabela verdade da fórmula : ((p Ú q) ® ~p) ® (q Ù p)
p | ||||||
V
|
F
|
V | ||||
V
|
F
|
F | ||||
V
|
V
|
F | ||||
F
|
V
|
F |
· NÚMERO DE LINHAS DE UMA TABELA-VERDADE: Cada proposição simples (atômica) tem dois valores V ou F, que se excluem. Para n atômicas distintas, há tantas possibilidades quantos são os arranjos com repetição de 2 (V e F) elementos n a n. Segue-se que o número de linhas da tabela verdade é 2n. Assim, para duas proposições são 22 = 4 linhas; para 3 proposições são 23 = 8; etc.
Exemplo: a tabela – verdade da fórmula ((p Ù q) ® r) terá 8 linhas como segue :
NOTA: “OU EXCLUSIVO” É importante observar que “ou” pode ter dois sentidos na linguagem habitual: inclusivo (disjunção) Ú (“vel”) e exclusivo Ú ( “aut”) onde p Ú q significa ((p Ú q) Ù~ (p Ù q)).
((p Ú q) Ù ~ (p Ù q)) | ||
V F F V | ||
V V V F | ||
V V V F | ||
F F V F |
Fonte: CELINA ABAR > http://www.pucsp.br